segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Sedutora Buenos Aires

Chegamos em Buenos Aires numa turbulenta sexta-feira perto do meio dia. Turbulenta porque contava 18 de dezembro e a cidade estava agitada: Natal, fim de ano e o dólar baixo. Ótimos motivos para a cidade lotar de turistas tão perdidos quanto eu.

Depois de 10h de viagem partindo de Uruguaiana (Brasil) chegamos a rodoviária. De lá partimos em direção ao centro da cidade, onde iríamos nos hospedar.
Durante o trajeto, já pude ter o primeiro contato com esta elegante cidade: Ruas largas, prédios altos, muitas árvores e um trânsito perto do caótico. Buenos Aires (que a partir de agora vou chamar apenas de BA) tem muitos carros.

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Os famosos e divertidos trocadilhos

Cachorrito é uma criança. Semelhança com o nosso cachorrinho pode ou não ser coinscidência.

Boludo é o xingamento mais forte e poderoso para o hermanos, equivale a um cuzão no Brasil.

Chute diz-se patada.

Um restaurante que aceita propina não está cometendo nenhuma fraude, já que propina na lingua castelhana é a taxa do garçom.

Pizza Libre (livre) não é pizza de graça e sim rodízio de pizzas.

Uma moça embaraçada é uma moça grávida.

ônibus é coletivo.

metrô é subte.

Se você disser só a palavra rodoviária eles não entendem, você deve dizer Terminal Rodoviário ou então Retiro ( que é o bairro onde fica o terminal rodoviário) que eles largam aquele: - Ah! Sí.

Efetivo é o dinheiro em espécie que difere do pagamento feito com Tarjeta de Credito o nosso famoso cartão de crédito.

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A cidade

BA oferece bons meios de transporte: Taxis, ônibus e metrô. Assim o deslocamento para os mais diversos pontos da cidade se torna possível, principalmente para quem não está de carro e mesmo assim quer passear bastante. Por falar em passear, BA oferece inúmeros locais para passeios.

* Os taxis são pretos e com teto amarelo, tem muitos deles e uma corrida de um lado ao outro da cidade pode sair em torno de 30 pesos (15 reais).

* Metrô custa em torno de 1,20 pesos (0,60 centavos de real).

* Ônibus depende do local que você deseja ir, mas gira em torno de 1,20 pesos também. Sim, pois os ônibus não tem tarifa única, nem cobrador. Você deve dizer ao motorista onde vai que ele digita o valor da tua tarifa numa máquina e depois você deposita este valor em dinheiro (somente moedas) numa "urna" e recebe um ticket. Fácil, rápido e moderno.

* Comer em BA é barato, mas não é saboroso. O tempero é fraco e as opções são poucas. Ao contrário disso beber tem diversas opções, mas é extremamente caro. Uma "long neck", por exemplo, custa aproximadamente 5 reais, uma garrafa de água mineral 3 reais. O bom é fazer como nós, carregar uma garrifinha de água consigo durante os passeios, caso não pretenda gastar dinheiro comprando água. Porque você vai precisar de muita água caso decida visitar a capital portenha no período do verão no hemisfério sul. O clima de BA é quente e úmido. Então não dispense o protetor solar, chapéu e muita água.

* Triste realidade se esconde no banheiros. Sim, confirmam o que sempre me falaram de BA, os banheiros são muito sujos. O restaurante pode ser um luxo, mas o banheiro é sempre (extremamente) inferior. Não sei por que.

* Outro ponto que notei: Os argentinos fumam muito. Me passou a impressão de que 98% da população fuma. Mais parece que existe uma lei municipal que deternima que ,a partir dos 13 anos, deve-se iniciar o consumo do cigarro.
Caso você seja fumante não terá problema, mas caso não seja a noticia boa é que os restaurantes têm locais separados para fumadores (fumantes) e não fumadores e em ambientes fechados é proibido o consumo do cigarro.

BA tem uma vida intensa e movimentada principalmente no período noturno. Dentre os estabelecimantos mais frequentados estão os restaurantes que servem pratos típicos da argentina e também de outros paises, as imensas livrarias, as lojas de discos e os teatros.

Av. Corrientes trancada para os carros nas noites de sábado.

Sábado a noite eles trancam a rua Corrientes (uma das principais avenidas de BA que faz esquina com a 9 de Julio. No entrocamento dessas avenindas stá o monumento símbolo da cidade: Obelisco) eles chamam de "cortar a corrientes" e a partir disso a larga avenida vira um calçadão que fica movimentado até a madrugada.

Uma livraria numa noite de sábado.

BA e o Tango

Quem pensa que Tango é cafona e só faz parte do folclore está enganado. As lojas de discos tocam tango dia e noite e espetáculos desta dança, chamadas Tangueiras são muito apreciadas tanto pelos tursita quanto pelos próprios argentinos. É posssível ver casais trajados tipicamente desfilando por alguns pontos da cidade dispostos a tirar fotos com turistas e ensinar uns passinhos de dança.
Infelizmente não tive oportunidade de ir a uma tagueira porque o único local que estava capresentando o espetaculo ficava longe de onde estávamos e faltou programação. Ficou para a próxima visita que será em breve, acredito.

BA e o teatro

Outra mídia muito apreciada pelo povo são os teatros. Numa extensão de 500m é possivel que exista umas 5 casas de teatro. E ficam todas lotadas no período de funcionamento, ou seja, a noite. Filas se estendem na entrada desses locais. Impressionante.
O cinema existe , mas não é muito estimado. Eles curtem mesmo são seus artistas locais. A entrada custa em torno 30 pesos por pessoa (15 reais). E eles não são muito pontuais com horários, tenha paciência.

* Coisa de turista...

Fomos num desses espetáculos.
Quando entramos na casa de show ficamos meio incomodados sobre o que pedir para beber, já que as bebidas eram tão caras fora dalí, lá dentro deveria ser uma fortuna.
Aceitamos água, por insistência da garçonete que já estava achando que nós éramos terroristas por ter recusado algumas vezes em aceitar água. Discretamente olhei para os lados e todas as mesas estavam lotadas com garrafas das mais variadas bebidas. Pensei: - Alguma coisa está errada ou só tem magnata por aqui.

Quando o espetáculo acabou esperamos que algumas pessoas saíssem primeiro para vermos o que era realmente cobrado e para nossa surpresa as bebidas eram por conta da casa. Enfim, explicado o mistério e nós rimos de raiva de não termos tomado uma cerveja bem gelada.

Por falar em teatro, o famoso Teatro Còlon estava fechado para reformas nesta época., com previsão de reabertura para maio de 2010.

BA e o futebol

Existem dois times fortes em BA, Boca Juniors e o River Plate e é claro que os dois são rivais nas competições.
Boca Juniors é do bairro La Boca onde tem seu famoso e pequenino estádio La Bobonera todo em azul e amarelo, as cores do time.


La Bonbonera

O bairro La Boca inspira e transpira futebol, aos arredores do estádio vê-se inúmeros comércios que lucram com esta paixão que os argentinos (e turistas que alí vão) têm pelo futebol. Lojas de camisetas, chaveiros, bandeiras, canecas e etc... Com imagens do Boca ou até mesmo da seleção argentina são muitas.

O River Plate fica no bairro Núñez e joga no Estádio Monumental Antonio Vespucio Liberti.

BA e os Argentinos

A capital argentina foi fundada em 1536. Os nativos de lá são chamados de Porteños.

Um pequeno passeio pelos arredores do centro já podemos ver que existem muitas praças e prédios históricos que são conservados por anos e tratados com respeito pelos hermanos.

Por falar em respeito: História, tradição e patriotismo poderia ser o nome da maioria dos nativos da Argentina. É possível ver a bandeira asteada em muitos pontos. Protesto estudantil nas ruas e antigas provocações entre Argentina e Inglaterra pela disputa das Malvinas.


Argentinos têm uma característica muito forte: Eles amam ser Argentinos, amam falar castelhano, amam o futebol deles, amam a história deles, amam suas tradições. Chega ser arrepiante.



BA e o Turismo

O bairro La Boca fica na zona portuária que corresponde à ribeira e que se divide em dois traçados: Ribeira do Riachuelo e a Área Portuária Sul.

É lá também que encontra-se o Caminito. Uma sequencia de casinhas coloridas numa curta rua. Como a própria aparência inspira, o artesanato é forte, mas os preços são um pouco altos. Claro que "pexinxando" consegue-se levar belas lembranças de lá.

O lugar é pequeno, colorido e barulhento, um dos pontos fortes nas visitas turísticas. Lembra um cortiço (no bom uso da palavra) pela pouca extensão e intenso movimento humano existente. Foi um dos pontos mais alegres e vivos que vi em BA. Adorei.

Puerto Madero é a zona mais jovem e nobre da cidade. Com prédios altos e arquitetura requintada.

Neste local não tem nada simples, tudo transpira luxuosidade mesmo.

Puerto Madero


O outro lado de Puerto Madero

Ainda pelos arredores do grande centro, destaca-se a Rua Florida, o Obelisco, a Praça de Mayo, a Casa Rosada... Cartões postais da cidade que não podem, de forma alguma, passar em branco.

BA e os Brasileiros

Ao contrário das famosas anedotas, os Argentinos adoram os Brasileiros. Vi isto desde minha chegada, pois sempre que certificavam-se de que éramos brasileiros eles sorriam.

Durante minha estadia quando meu castelhano todo torto denunciava minha nacionalidade e até mesmo durante nossa parada na fronteira para ingressar de volta em solo brasileiro fomos muito bem tratados.
Alguns argentinos que estavam no ônibus conosco puxaram assunto perguntando o que tínhamos achado de BA e aproveitaram para contar histórias da cidade e indicar outros passeios interessantes em outras cidades do país.

Mesmo assim, os Argentinos não são tão dados a risos como nós, mas se você puxar assunto com eles logo estarão bastante entrosados. Só cuide para não rir dos supostos mal entendidos ou trocadilhos, pois eles constumam ser desconfiados.

BA e o povo

Os Argentinos são estilosos. Tanto as mulheres quanto os homens e clássicos ao falar.

As mulheres também são bonitas, mas fiquei impressionada mesmo foi com a beleza masculina. Sim, acredite, os Argentinos são muito bonitos e, na maioria da vezes, cavalheiros aos agir e falar.

Bem, encerro aqui minhas concepções deste curto tempo que fiquei na capital porteña. Foi uma viagem maravilhosa. Recomendo.

Termino com duas impressões:

- Curiosidades: Muitas
- Certeza: Voltar em breve.

sábado, 12 de setembro de 2009

Caio Fernando Abreu


“Se eu não fosse escritor eu seria jardineiro.”

Caio Fernando Abreu - (12/09/1948 - 25/02/1996)






Se estivesse entre nós, Caio faria hoje 61 anos.

Dono de um grande talento para escrita, foi jornalista, contista e um dos melhores escritores de cartas da literatura brasileira.

Intenso, atrevido, excêntrico... Profundo.

Ler a obra de Caio Fernando Abreu é como perpetuar pelo íntimo, pelo âmago de seus personagens. E descobrir que talvez 2 + 2 não são exatamente 4. Sua escrita tem traço forte, seus personagens vertem sangue, se alimentam de risos, lágrimas, mágoas, cigarros, orgasmos e muitas vezes solidão.
Seus contos são repletos de expressões faciais, suspiros, gritos e gemidos... Gente dizendo adeus, gente se reencontrando.
"De todos aqueles dias seguintes, só guardei três gostos na
boca - de vodca, de lágrima e de café."

Assim era o gaúcho Caio Fernando Abreu, natural da pequenina Santiago no interior do RS, mas que tinha o mundo escondido na palma de sua mão. Amava Paris, Londres e principalmente Berlim, o centro do mundo na visão dele.
"Quando você não tem amor,você ainda tem as estradas."

Urbano, moderno, antigo, contemporâneo... Tudo cabia na obra de Caio e tudo fazia sentido. Junto ou separado.

Seu talento rompeu fronteiras, seus livros foram traduzidos para vários idiomas. Ganhou prêmios literários. Viveu intensamente os loucos anos 70 na imensa São Paulo. Curtiu a juventude... Até o dia 25/02/1996 quando perdeu sua batalha contra o vírus do HIV.
"Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no
coração,só não se perca de mim."
"Não é verdade que as pessoas se repetem. O que se repetem são as situações."

Fui apresentada a obra do Caio quando li o conto Para uma Avenca Partindo, do livro Morangos Mofados, que ao meu ver é a melhor obra dele.
Segue um trecho:

"...eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas as coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e dasamar era não mais conseguir ver..."


Gostei tanto do conto que li o resto do livro e gostei tanto do livro que o comprei depois, e gostei tanto que li outros contos, outros livros e comprei outros também.

Para mim, a obra de Caio sempre remete a imagem "reconstrutiva" do outono. Silêncio. Praças públicas em dias nublados. Estradas molhadas pela chuva. Pontos singulares e minúsculos de uma conversa ou de um movimento qualquer. Rosas deixadas nas janelas e cartas... Sim muitas cartas...

"Nunca mais o amor era o que mais lhe doía, e de todas as dores, a única que ele jamais confessaria."





Uma excelente passagem do conto Harriet, do Livro Os Dragões não Conhecem o Paraíso:

"Sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo meu deus como você me doía vezenquando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando olhando e pensando meu deus ah meus como você me dói vezenquando"


Sempre que ensaio alguma escrita me inspiro nele, e se pudesse escolher, escolheria poder escrever como ele. Não porque invejo o talento que ele teve e eu não, mas porque tenho imensa admiração por sua escrita e admira-lo é como ser impelida para o infinito e de lá trazer toda a sabedoria possível.
"Não adianta,não sei explicar . As palavras traem o que a gente sente."
Caio, sem você o alfabeto seria um instrumento mudo. Obrigada por ter existido.

Obras:
Inventário do irremediável (contos) - 1970.
Limite branco, (romance) - 1971.
O ovo apunhalado, (contos) - 1975
Pedras de Calcutá, (contos) - 1977
Morangos mofados, (contos) -1982
Triângulo das águas (novela) - 1983
As frangas, ( novela infanto-juvenil) - 1988.
Os dragões não conhecem o paraíso, ( contos) - 1988.
A maldição do Vale Negro,(peça teatral) - 1988.
Onde andará Dulce Veiga?, (romance) - 1990.
Ovelhas negras, (contos) - 1995.
Mel & girassóis, antologia.
Estranhos estrangeiros, (contos) - 1996.
Pequenas Epifanias, ( crônicas) - 1986/1995
Teatro completo, 1997
Cartas, correspondência. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2002 (organização de Ítalo Moriconi).

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Beleza Roubada

Beleza Roubada: Para assistir sem pressa

“O amor não existe, somente as provas de amor”


SinopseApós o suicídio de sua mãe uma jovem de 19 anos (Liv Tyler) viaja para a Itália, com o propósito aparente de reencotrar alguns amigos e ter seu retrato pintado, mas planeja rever especialmente um jovem com quem ela dera seu primeiro beijo, quatro anos antes. Simultaneamente pretende decifrar um enigma que foi encontrado no diário da sua mãe, mas gradativamente sua presença exuberante transforma a vida dos seus amigos.



Dados Técnicos

Origem: EUA, Itália
Gênero: Romance
Tempo de Duração: 114 minutos
Ano de Lançamento: 1996
Direção: Bernardo Bertolucci

Elenco
Liv Tyler, Carlo Cecchi, Sinéad Cusack, Joseph Fiennes, Jason Flemyng, Anna-Maria Gherardi, Jeremy Irons, Ignazio Oliva, Rachel Weisz ...

Cuidado: Spoilers

Esses dias revi um filme que marcou muito minha adolescência. Pois ficou guardado em mim a imagem da Liv escrevendo poesias em pequenos papéis e depois queimando-os. E aquela cena maluca dela cantando alto e pulando com o fone no ouvido... Exteriorizando a felicidade que tomou conta de seu corpo após ela ter reencontrado seu amor de adolescente. Muito comum, acho que todas as meninas se identificariam com esta cena.
Estou falando de Beleza Roubada, de Bernardo Bertolucci.

Admito que não foi de primeiro que captei a essência dessa belíssima obra, até porque não se trata de um filme na qual se absorve toda sua essência de primeiro... Exige tempo e talvez maturidade.

Numa passada lenta e com cor intensa, aos poucos as cortinas se abrem e vamos penetrando numa estória envolvente de amor, desamparo e busca, mas muito diferente dos dramas retratados em Hollywood. - Beleza Roubada é poético, simples e surpreendente.
Não é o melhor filme que já vi, com certeza, mas sua temática ajuda a quebrar muitos protocolos.
Principalmente porque todos os temas são muito bem temperado com ingredientes fortes tais como sexo, nudez , drogas e diálogos quebrados. Falas em inglês e italiano.
E é neste conjunto que surge Lucy (Liv Tyler), uma menina de 19 anos que tem guardado consigo um enigma: Descobrir quem é seu verdadeiro pai.
Para isso ela precisa voltar a Itália seguindo uma pista deixada no diário de sua falecida mãe.


Acontece que a presença de Lucy causa uma reviravolta entre os moradores da pacata cidade e muitas verdades vem a tona. A mistura de personagens torna a estória intrigante, porque também recai sobre nós (expectadores) a tarefa de ajudá-la a descobrir quem é seu pai. E a descoberta se dá de forma emocionante. Como os muitos outros enigmas do filme.

Jeremy Irons ele estava triunfante (como sempre). Ele interpreta Alex, um escritor a beira da morte que desenvolve por Lucy um sentimento fraterno e que as vezes beira a um paixão platônica e instanânea. Seu personagem esguiu, solitário e intelectual lembrou fortemente Caio Fernado Abreu (escritor que admiro efusivamente e ainda falarei dele por aqui).

Outros ponto positivos são as belas paisagens de Toscana, que o filme aproveita muito bem, e a deliciosa trilha sonora.
E quando estamos todos envolvidos em saber quem é o pai de Lucy, eis que a estória se volta para outro ponto: Sabemos então, que existe um outro próposito em ela querer visitar os amigos na Italia: - Reencontrar Nicolo; o rapaz com quem deu seu primeiro beijo quatro anos antes. E é para Nicolo que ela guardou sua virgindade.


Porém, o que ela não espera é que Nicolo tenha mudado tanto, ou era ela quem tinha criado falsas expectativas. Durante os quatro anos que seguiram, eles trocaram cartas, com textos de auto teor literário na qual uma delas Lucy decorou de tanto ler e reler. Mas ao reencontrá-lo, não encontra nele o mesmo autor de tais cartas. E é aí que inicia um dos pontos surpreendentes do filme: Fica explícito que Lucy amava na verdade as cartas e não Nicolo. Pudera, não era ele quem as escrevia e sim seu amigo Oswaldo para quem ela finalmente entrega sua virgindade numa cena digna das grandes estrelas de Hollywood.
E é com esta cena que entendemos porque ela faz bom uso do sobrenome Tyler.
(fontes: Interfilmes)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

The Joshua Tree - O Clássico que mudou minha vida

Clássicos que nunca saem de Moda


A última vez que estive no RJ não perdi tempo, entrei na Americanas e comprei um CD que há tempos desejava ter. Sim, é verdade, mesmo nessa época de download ainda existem trabalhos de alguns artistas que eu gosto de ter em casa.
E hoje, toda vez que olho para a estante e vejo o maravilhoso The Joshua Tree de 1987 do U2 sinto o quanto isso me é gratificante.
- Sim, eu sei que o disco não é da minha época. Também sei que enquanto o U2 excursionava pela américa mostrando ao mundo seu sonho de ser americano eu ainda olhava o Show da Xuxa pelas manhãs e bebia café com leite num longo caneco de plástico amarelo dado pela minha avó. Bons tempos... Ou nem tanto.

Mas o que todos concordam é que quando um clássico muda a sua vida, deve sempre ser lembrado. E The Joshua Tree é, para mim, um dos poucos discos que vale a pena ouvi-lo por completo. São 11 faixas extraordinariamente boas, muitas delas viraram clássicos da banda e são tocadas até hoje em seus shows mundo a fora.




Considero este disco como sendo um livro cheio de histórias e códigos. Começando pelo nome que faz referência a uma árvore típica do deserto de Mojave nos EUA. Cuja foto ilustra a contra capa do cd.

A referência não é descabida, pois a imagem daquela árvore solitária conota muito dos temas presentes nas canções deste álbum: Sentimentos de perda, sensações desconhecidas, liberdade... Parece que as canções se misturam e se completam num legítimo mosaico de acontecimentos e fatos, alguns bastante intrigantes eu diria.

Começa com a profunda Where Streets have No Name, com uma introdução que dura exatamente 1'46" cuja letra é repleta de frases em primeira pessoa.
Depois vem a sarcástica I Still Haven't Found What I am Looking For cujo nome combina muito bem com o momento que a banda se encontrava. A seguir temos a romântica e inesquecível With or Without... Sim, inequecível, porque você pode nem saber quem é U2, mas esta canção certamente você conhece.





A faixa seguinte é Bullet the Blue Sky. Forte, venenosa, saliente. O vocal marcante mostra um Bono de 27 anos em sua melhor fase. O instrumental da canção também colabora e muito. Anos mais tarde esta canção ganhou uma versão na voz cavernosa de Derrick Green, vocalista do Sepultura e um clipe bem estilo Hotel de um Milhão de Dólares.

A quinta faixa é Running to Stand Still. Parece que começa ao fundo do ouvido e vem surgindo aos poucos como se nos despertasse de um sono profundo. Tal qual sugere o nome, a musica fala abertamente sobre drogas e da busca incansável pela cura para seu uso indevido.

Seguindo temos três canções mais embaladas, uma mistura de country/Blues com bons instrumentais, com direito a gaita de boca tocada pelo próprio Bono. São as faixas mais energizantes do CD com letras extremamente poéticas.

A faixa 09, One Tree Hill retoma as caracteríticas iniciais do disco, como se tentasse fechar um ciclo. Foi dedicada ao amigo Greg Carroll que perdeu a vida num acidente de carro em 1986. A letra é linda, apesar de triste como se esperaria que fosse. Diz a letra:


Eu a verei novamente quando as estrelas caírem do céu e a lua tiver ficado
vermelha sobre a Árvore da Colina.

Antes de fecharmos o disco passamos por Exit, faixa forte com ótimo vocal e por fim a melancólica Mothers of the Disappeared. Música composta em homenagem as mães da Praça de Maio (Argentina) que tiveram seus filhos desaparecidos durante a ditadura. Esta faixa, com longa introdução e encerramento, dá ao álbum o acabamento merecido.

Bem, depois disso, o que posso dizer: Ouçam e se deliciem.

sábado, 20 de junho de 2009

Nós na Terra do Vitor

Quatro horas depois de nossa partida chegamos a Pelotas, ou simplesmente Satolep como diz Vitor Ramil em sua mais famosa composição.

Pelotas é uma cidade mediana, conta com 350 mil habitantes. Berço de artistas como Glória Menezes, Kleiton & Kledir, Vitor Ramil. Além de ter servido de cenário para mini-série Global.
Chegamos em torno das 9h de uma manhã de sábado e fomos recebidos por uma quieta Pelotas toda pintada em tons de cinza e escondida por uma forte neblina que se estendeu até perto do meio dia. O vento que soprava estava frio e causava arrepios. Característica típica de uma cidade litorânea na véspera do inicio do inverno gaúcho.

Primeira parada: Museu da Baronesa

História:
Doado pela família Antunes Maciel a Pelotas em 1978, através de um convênio firmado com a prefeitura, o prédio passou por quatro anos de reformas, que foram orientadas pelo artista plástico e restaurador pelotense Adail Bento Costa. O museu foi então inaugurado em 25 de abril de 1982, possuindo em seu acervo peças das coleções da família Antunes Maciel,de Adail Bento Costa, doações diversas da comunidade e uma coleção da Sra. Antonia Sampaio. Estas peças representam um pouco dos costumes, da maneira de viver, das famílias abastadas do século XIX. Tombado pelo patrimônio histórico do município em 04 de julho de 1985. No parque, que hoje possui área de 7 hectares há um sobrado no estilo bangalô americano construído em 1935; uma casa de banho onde as mulheres da família se refrescavam durante o verão; uma gruta com pedras de quartzo incrustadas, um pequeno castelo; um jardim francês; um chafariz e extensa área verde. (informações tiradas daqui)
O museu conta com móveis vindo de Paris no final do século 19, louças, porcelanas pintadas, telas, artigos de vestuário de diversas épocas.
Dentre as peças, algumas bastante curiosas, como a tal: Namoradeira.


Neste móvel existem três lugares. Dois eram ocupados pelo casal de namorados e o outro por uma outra pessoa, cuja função era fiscalizar os assuntos e as atitudes dos apaixonados. Engraçado. Acredito que este terceiro deveria ser o irmão mais velho e ciumento ou um escravo muito fiel.



Pelotas esbanja história, cultura. Parece que tudo por lá tem uma explicação histórica. Principalmente se essas explicações forem a cerca da extinta cultura e economia do charque.


Depois do museu foi a vez de dar uma passadinha na Praia do Laranjal, balneário banhado pela Lagoa dos Patos . A praia tem a característica de ter sua água ora doce, ora salgada devido a extensão da lagoa e o encontro com a água do mar.



Era junho, então a praia estava deserta. Mas sabemos que no verão o lugar costuma ser bastante visitado.

Existe um outro bom motivo para se visitar a Princesa do Sul, como é conhecida a cidade, que é entre os primeiro 20 dias de junho, pois nesta época acontece a Fenadoce. Sim, imaginem o que quiser porque tem doces para todos os bolsos e gostos. Além dos standes de exibição das delícias, existem outras atrações culturais espalhadas por todo o centro de eventos. Que confesso, é grande o suficiente para ter conseguido me deixar com as pernas bambas de tanto andar.

Enfim, não sou guia turística, nem nasci em Pelotas... Este relato traz apenas minhas impressões sobre uma cidade que teve efusiva participação na construção da história do Rio Grade do Sul e do Brasil.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Os Curie's

Os Curie's e suas mentes brilhantes

Marie Skłodowska e, mais tarde Madame Curie foi, sem sombra de dúvidas, o maior nome feminino da ciência. Sua capacidade intelectual sobresaiu-se, destacando-a como cientista numa época em que as universidades eram de domínio masculino.
Foi a primeira mulher a receber um prêmio Nobel e a única agraciada pela aquisição de dois Nobéis, ambos em áreas científicas.


Filha de um físico e de uma diretora de escola. Marie nasceu em Varsóvia (Polônia) , ainda na juventude mudou-se para Paris, onde quatro anos depois casou-se com o físico Pierre Curie (que lhe deu o nome pela qual é mais conhecida – Madame Curie). Marie e Pierre eram agnósticos e por isso optaram por casaram-se apenas numa cerimônia civil, sem uso de trajes nubentes e alianças. Dizem que ao invés disso, preferiram bicicletas para passear.


Foi junto do marido que Marie desenvolveu maior parte de suas experiências científicas no campo da radioatividade o que lhes rendeu, em 1903, o primeiro Nobel devido a pesquisas sobre o fenômeno da radioatividade espontânea. Premio tal que foi dividido com Henri Becquerel por suas também contribuições neste campo. Um equívoco eu diria, mas não foi assim que se sucedeu.
Oito anos depois (1911) Marie Curie, recebeu o prêmio Nobel em Química, pelo descobrimento dos elementos rádio e polônio.

Curiosidade: O nome rádio se deu devido a radiação e o segundo, polônio, em homenagem ao seu país de origem, a Polônia.
Em 1906, aos 47 anos, Piere Curie morre em decorrência de um acidente. Teve sua cabeça esmagada enquanto atravessava uma rua num dia de forte tempestade. Dizem as más linguas que o excesso de exposição a radiação teria causado transtornos mentais a Pierre.
Com a morte de Pierre, Marie o suscedeu na cadeira de Física Geral, na Sorbonne. Sendo assim, a primeira mulher membro de uma universidade.
Dizem também que, após a morte do marido Marie Curie teve um romance amoroso com o físico Paul Langevin, que era casado, resultando num escândalo jornalístico, que se misturou a referências xenófobas devido à sua ascendência polaca.
Pois é, físicos também amam. (risos).

Quinto Congresso Solvay (1927). Uma das fotografias mais importantes da história da ciência. Madame Curie entre os maiores nomes da física, como Albert Einstein.

Marie Curie faleceu em 1934, aos 67 anos, em decorrência de uma leucemia, provocada certamente por sua exposição excessiva a radiação, já que as conseqüências eram desconhecidas até então. Era normal ela dormir no mesmo ambiente em que estavam expostos elementos radioativos, para que não "perdesse" nenhum acontecimento acerca do material experimental em observação.

Em abril 1995, Marie e os restos de Pierre passaram a fazer parte do tesouro de Pantheon em Paris, França.

Da união Curie nasceram duas filhas: Irène Joliot-Curie e Ève Curie.

Madame Curie e as filhas (as 3 da direita)

Irène também dedicou-se a ciência.

Casou-se com Frèdèric Joliot, um físico francês e juntos recebram, em 1935 (um ano após a morte de sua mãe Marie), o Nobel em química devido aos seus trabalhos no campo da física nuclear e pela descoberta do nêutron.
Irène faleceu em 1956 aos 59 anos de idade.






Ève Curie, foi a única de sua familia a não receber o Nobel. Mas isso não a diminui, foi uma proeminente escritora, cuja biografia de sua mãe, teve adaptaçãos cinematográfica em 1943. Ève faleceu em outubro de 2007 aos 102 anos de vida.
Talvez o segredo da vitalidade de Ève se dê ao fato dela não ter dedicado sua vida a ciência, ao contrário dos pais e da irmã que tinham contato direto com elementos altamente radiativos.

Referência ao Curie
O Curie (Ci) é uma unidade de radioatividade correspondente a 3.7 x 1010 desintegrações por segundo. O nome da unidade foi originalmente atribuído, em homenagem a Pierre Curie.

A temperatura Curie (ponto Curie) é uma constante para cada material, sendo que acima deste valor há perda das propriedades ferromagnéticas da amostra. Este fenômeno é reversível, sendo que há recuperação dessas propriedades com o resfriamento do material. *

domingo, 31 de maio de 2009

A Mulher Prometida

Dica de cine oriental: A Mulher Prometida
Sinopse:
A Mulher Prometida (The Picture Bride). Baseada nas historias que ouviram de seus antepassados sobre as "noivas de fotografia", mulheres que deixavam o Japão para casar-se no Hawaii, com homens que conheciam apenas por foto. Esta e a historia da jovem e bela Riyo, casada com um homem bem mais velho, e que sonha em ter sua liberdade de volta, e sua amizade com Kana, que lhe ensina muito da vida local.
*
Elenco: Youki Kudoh, Akira Takayama, Tamlyn Tomita
*
Informações gerais:
Direção: Kayo Hatta
Gênero: Drama, Romance
País: Japão
Ano Original: 1994
*
Dificilmente se vê este filme, raramente o vi na TV, mas a trama é tão envolvente que torna-se inesquecível para quem o assiste.
*
CUIDADO - SPOILLER:
Após tornar-se órfã, jovem japonesa migra para o Havaí para casar-se com homem, com quem comprometeu-se por correspondência e na qual a fotografia muito lhe impressionou. Porém Riyo surpreende-se ao vê-lo pessoalmente, descobrindo que ele é bem mais velho do que consta na foto, já que a foto que ele lhe enviou era antiga.
Então, presa a um casamento na qual se sentia reprimida e contrariada começa a busca pela sua liberdade até um final surpreendente e encantador.
Vale a pena.
*
* Não encontrei imagens para este filme. Mas assim que as tiver postarei.
(fonte: moviemago)

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Todas as Manhãs do Mundo

Dica de cine Francês.


Sinopse:

Em pleno século 17, um músico da corte de Luiz 14 relembra sua introdução no mundo artístico supervisionado pelo seu rigoroso mestre de viola de gamba.

Informações:
Direção: Alain Corneau
Ano: 1991
País: França
Gênero: Drama/romance/musical

Elenco:
Jean-Pierre Marielle, Gérard Depardieu, Anne Brochet, Guillaume Depardieu, Carole Richert, Michel Bouquet, Jean-Claude Dreyfus, Yves Gasc, Jean-Marie Poirier, Myriam Boyer



Impressões:
Produzido na França, em 1991, o filme narra o aprendizado, em pleno século 17, de um músico da corte de Luiz XIV relembrando a sua introdução no mundo artístico, supervisionado por seu rigoroso mestre da viola de gamba.
A música rege cada palavra de Todas as manhãs do mundo. E o espírito barroco, com seus claros/escuros, dá forma à história do encontro entre o mestre apolíneo e o discípulo dionisíaco, que se irmanam na busca da essência da música. De um lado, a disciplina e a morbidez, de outro a voluptuosidade e o gosto pela vida mundana, com suas glórias e riquezas.

Estamos em 1650. Época de Luís XIV, com suas perucas barrocas e rostos empoados. O senhor de Saint Colombe, o maior violista da França, sofre uma grande perda e se afasta do mundo, isolando-se numa cabana nos jardins de sua propriedade, nos arredores de Paris. Seu único prazer é a viola de gamba, que ele revoluciona ao acrescentar mais uma corda ao instrumento e mudando até a forma de segurá-lo. A viola, parente próxima do violoncelo, era então o instrumento predileto das cortes francesas e inglesas.
Depois de insistentemente desprezar os convites para se unir aos músicos da corte, o virtuose aceita apenas um discípulo, o filho de um sapateiro, chamado Maran Marais, que acabaria aclamado como um gênio renovador da viola de gamba.

O filme Todas as Manhãs do Mundo, estrelado por Gérard Depardieu e seu filho Guillaume, despertou comoção na França, à época do seu lançamento, assim como a sua trilha sonora, que reúne antigos solos de viola da gamba. Foi vencedor do prêmio César – Oscar francês - de melhor filme e melhor diretor, em 1992.

Belíssimo filme com também belíssimas fotografias. Vale conferir a raridade.
*

(fonte: brasil fator)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Orgulho e Preconceito BBC

Orgulho e Preconeito (BBC - 1995)
Depois que assisti a adaptação de 2005 de Orgulho e Preconceito (a obra homônima de Jane Austen), minha visão de literatura, filme e crítica mudou. E virou uma legítima correria desesperada em busca das adaptações Austenianas, dos livros, legendas, traduções... Até um ponto em que falar de Austen se tormou comum nos papos desvairados de msn, Orkut. E, neste universo paralelo de pessoas que amam a literatura e fazem dela seu momento de lazer, conheci muita gente interessante, fiz amizades sinceras...

Ainda quero falar sobre isso qualquer dia desses.

Foi então, que uma amiga me presenteou com uma gravação da série televisiva adaptada em Orgulho e Preconceito.
Assisti aos 4 capítulos numa única tarde e me apaixonei ainda mais.
Feita pela emissora inglesa BBC, foi ao ar em 1995 e obteve sucesso estrondoso. Dizem que até os membros do parlamento terminavam suas sessões mais cedo para que não perdessem os episódios. E eu acredito, afinal esta adaptação de Orgulho e Preconceito é considerada até hoje a mais fiel em relação ao livro da escritora inglesa do século 18. E eu, que já li o livro e assisti a outras adaptações estou de comum acordo.
Claro que não se justifica uma boa adaptação apenas espelhando-se nas semelhanças com a obra original. O que quero dizer é que a série é bastante fiel ao livro e isto deixa os fãs da escritora mais satisfeitos. Acredito. Mas também temos grandes interpretações que frizam ainda mais este status.

Na série, Colin Firth dá vida e movimento ao arrogante Mr. Darcy enquanto Jennifer Ehle recria a espirituosa Elizabeth Bennet.

Mr. Darcy e Elizabeth Bennet

Ótimas escolhas, se não fosse o padrão "idade dos atores". Firth já tinha passado dos 30 anos há algum tempo, quando interpretou o jovem Darcy de 28 anos, enquanto Jennifer já tinha 26 anos quando interpretou a recém pós-adolescente Elizabeth Bennet, com então 19 anos.
Mas não foram somente estes atores que estavam meio passados para o papel. Em geral todo o elenco tinha esta característica. Este seria um ponto negativo. Outro ponto que também diria negativo, foi a maquiagem muito carregada em alguns atores. Seja para deixá-los mais jovens ou para deixá-los mais velhos.

Jennifer Ehle como Elizabeth Bennet

Mesmo assim, isto não desmerece a adaptação. Quem ama os romances, certamente nem vai notar estes detalhes. Perdoem-me por ser tão crua as vezes. É meu jeito. (risos)

Com fotografias deslumbrantes, lindas cenas de dança, figurinos, cenários... Tudo deixa a série muito envolvente.

Mr. Darcy por Colin Firth

Foi o Mr. Darcy de Colin Firth que eternizou a cena do banho no lago. Nesta cena, Mr. Darcy decide refrescar-se dando um mergulho no lago de sua propriedade. Ao sair, com a camisa molhada deixando transparecer seu definido peito moreno, encontra-se, ao acaso, com Elizabeth Bennet e acontece um certo constrangimento entre eles.

Tal cena não consta no livro, mas foi tão bem captada pelos atores que é muito bem aceita até mesmo pelos fãs mais fervorosos. (Só para não dizer que foi aceito pelo fato de que ver Colin quase sem camisa não faz mal a ninguém, ao contrário, faz um bem danado.)

Mr. Darcy depois do mergulho no lago.

Ambientada no século 18, precisamente em 1797, O&P trabalha muito bem as impressões, os constrangimentos, as obrigações e padrões da sociedade inglesa da época. A crítica ao casamento como uma transação comercial, a ideologia do amor matrimonial, da disputas dos bens, a posição da mulher numa sociedade de dominio masculino... Tudo é evidente na obra de Jane Austen e tratado de forma coesa, leve, irônica e elegante. Pois Austen, que viveu nesta época, sabia muito bem o que estava falando, ou melhor, escrevendo.

Orgulho e Preconceito transmite a idéia de que as construções precipitadas que fazemos a respeito das outras pessoas podem nos fazer perder relações importantes. Dito e feito:

-Elizabeth mordeu a língua ao se apaixonar justo pelo homem que ela não admirava, pois seu orgulho havia cegado seus olhos e calado seu coração. Darcy, por sua vez, rico e arrogante, teve que engolir todo seu preconceito e admitir que Elizabeth era a mulher que ele amava, mesmo ela não pertencendo a mesma classe social que ele e indo assim, de encontro a todas as expectativas de sua familia.

E aí fica a crítica de J.P. Coutinho: "Primeiras impressões todos temos e perdemos. Mas o amor só é verdadeiro quando acontece à segunda vista."

O que mais admiro na obra e então na série que captou isto muito bem, é ver que O&P não gira somente em torno do amor de Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, mas tem este como o suporte, como o marco inicial para que todas as demais situações, críticas e construções aconteçam. E assim, temos um romance com grande entrosamento entre os personagens e com desfecho surpreendente. Sim, surpreendente, pois Austen consegue encaixar um final feliz para cada um dos personagens, conforme o merecido, é claro.

Isto já bastaria para provar a grandiosidade de Austen como escritora e entender por que Orgulho e Preconceito é uma das obras mais aclamadas da literatura inglesa e que, mesmo depois de quase 200 anos de sua publicação, suas adaptações ainda encantam platéias do mundo todo.

A Dança dos Vampiros


Sinopse

Ambrosius (Jack MacGowran) é um professor universitário especialista em vampiros que decide ir até a Transilvânia, no coração da Europa Central, acompanhado de seu fiel discípulo Alfred (Roman Polanski), que infelizmente é bem medroso. Abronsius tem como objetivo aprender sobre vampiros e combatê-los, se possível, mas os fatos tomam um rumo inesperado e vão de encontro aos objetivos do professor.



Informações Gerais:

Título: A Dança dos Vampiros
País de Origem: Inglaterra
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 98 minutos
Ano de Lançamento: 1967
Direção: Romam Polanski

A primeira vez que assisti a este filme, foi numa época em que a Globo passava, nas madrugadas de sábado, clássicos do cinema. Era divertido e eu virava a noite vendo TV.

Bem , isto faz bastante tempo, ou eu que não tenho assistido a Globo há mais tempo ainda. Fica a dúvida. (risos) Qualquer dia desses voltarei a espreitar as madrugadas Globais, para ver o que anda passando por lá.

Eu sei, vocês devem estar achando estranho eu falar de um filme que aborda o vampirismo como tema central quando há tão pouco critiquei negativamente Crepúsculo.


Explico: Sempre gostei de vampiros no cinema, nos livros, em quadros e etc... A imagem do vampiro como aquele ser noturno e cheio de mistério sempre me fascinou, mas não gosto da forma como Crepúsculo trabalhou esse tema. Só isso.

Mas voltando...

Foi com este filme que vi, pela primira vez, um trabalho do Romam Polanski e ainda tive a sorte de ser este em que ele dirige e atua exercendo ambos os trabalhos de forma magnifica deixando explícito que o velho ditado: "quem manda melhor faz." Se aplica sim a vida real.
Depois deste filme, Polanski virou um vício para mim. Ainda voltarei a falar dele por aqui.



A Dança dos Vampiros (1967) é uma raridade, nunca encontrei-o disponível em locadoras e na TV é muito pouco visto. Caso você tenha a oportunidade de assisti-lo. Assista-o, pois vale a pena.


A abertua do filme já denota uma cor intensa. Ao fundo uma música profunda e melancólica.
Enquanto as letras com os nomes do elenco surge na tela, vai respingando gotas de sangue sobre esses. Na vez em que o nome de Sharon Tate aparece, o respingo ganha a forma de um sorriso. Obvio, Sharon seria a esposa de Roman posteriormente e se eles ainda não namoravam nesta época, já estavam meio entrosados. Acredito eu.
O filme é classificado como comédia, mas não é um filme de fácil riso. É uma comédia de humor sarcástico, ambientada sob um clima sombrio e de suspense onde o frio e as sombras ajudam a compor os belos cenários desta película.

Ao longo do filme são poucas as falas, em geral substituídas por gestos, expressões e movimentos.
Alfred (Polanski), apesar de ser o discípulo de Ambrosius, é um sujeito medroso e isso fica bem saliente com suas falas num murmuro lento e constante. Olhar saltitante. Corpo trêmulo. Mesmo assim, é ele que tem o primeiro contato com os vampiros e não seu mestre que está a caça dos seres noturnos e daria tudo para ter contato com um deles.
Em meio a essa busca pelas criaturas vampirescas, Alfred apaixona-se por Sarah (Sharon Tate), a filha do dono da pousada onde eles se hospedam quando chegam a Transilvânia. Ele desespera-se ao vê-la sendo mordida pelo Conde Von Krolock e, a seguir, sequestrada pelo mesmo até sua assombrada morada: Um castelo na colina. Assim, a expedição ao castelo ganha, para Alfred, mais um motivo, que eu diria até bastante passional. Pois ele só sossega quando consegue encontrar Sarah. Embora seja tarde demais.
No castelo, muitas cenas de comédia acontecem, tais como :Perseguições, confusões, descobertas e é claro algumas cenas assustadoras.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Orgulho e Preconceito

...Uma História de amor que virou vicio

Para mim, é dificil falar de literatura inglesa sem mencionar Jane Austen (1775 - 1817) e sua mais aclamada obra: Orgulho e Preconceito (1813).

Meu primeiro contato com a escritora começou quando, ao acaso, na locadora me deparei com a

capa do DVD da adaptação de 2005 dirigida por Joe Wright. Já de cara a belíssima fotografia da capa me impresionou: "Elizabeth Bennet (Keira Knightley) e seu belo nariz num proposital perfil como se desprezasse e ao mesmo se entusiasmasse com a chegada voluptuosa de Mr. Darcy (Matthew Macfadyen), ao longe."

Orgulho e Preconceito é regado com muita leveza do inicio ao fim e apresenta um frescor que nos leva direto para a Inglaterra do século 18.

A atmosfera de emoção é tanta que ao terminar o filme fica em nós um certo vazio, sensação de estória inacabada, pois os personagens "grudam" em nossa memória como se suplicassem para que a obra nunca acabasse. Interessante.

A produção fez bom uso das belas paisagens rurais inglesas e deu a O&P ótimas fotografias. Outro ponto forte da pelicula são as cenas de dança e a excelente trilha sonora do italiano Dario Marianelli.

Todos esses ingredientes não poderiam resultar em outra coisa que não fosse um filme delicado, bonito e envolvente.


(fotos: Adorocinema, Interfilmes)
*
Depois do filme, li o livro e assisti a adaptação de 1995 feita pela BBC. Uma mini-serie em 4 capítulos. Resultado: Virei fã.


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Nosferatu ( Uma sinfonia de Horrores)

... Dica de Cine Cult para uma dia qualquer...


Para quem curte cine cult recomendo assistir o clássico do expressionismo alemão Nosferatu - Uma sinfonia de Horrores (1922)



Sinopse
Em 1838, Hutter (Gustav von Wangenheim), agente imobiliário que mora em Wisborg, atravessa os Montes Cárpatos para vender uma casa em sua vizinhança ao proprietário de um castelo no Mar Báltico, o excêntrico conde Graf Orlock (Max Schreck), que na verdade é um milenar vampiro que, buscando por mais sangue, quer se mudar para a Alemanha. Ao chegar na propriedade que comprou, ele traz consigo grande terror e os habitantes acham que estão sendo vítimas da peste. A única que pode salvar as pessoas dos ataques do vampiro é Ellen, a esposa de Hutter, visto Orlock se sentiu atraído por ela.



Baseado na Obra de Bram Stoker, é talvez a adaptação mais fiel relacionada a lenda vampiresca. Teve que ter o nome de seus personagens alterados devido a problemas com os direitos autorais. Falando mais abertamente, os herdeiros de Stoker não permitiram o uso da obra.

Vale o aviso, se você for assistir Nosferatu achando que vai se deparar com vampiros sedentos, sangue escorrendo pelo pescoço, punhos... Vai se decepcionar. Nosferatu tem clima gótico, sombrio e ambientado em pesadelos e sonhos ruins.
Gira em torno do Conde Orlock, interpretado magistralmente por Max Schreck.
A escolha do ator não poderia se melhor. Max Schreck e sua "natural" ausência de beleza ajudou a compor a imagem aterroriante do Conde Orlock, uma criatura pestilenta, doentia e estranha. Esguio, magricelo, dentes frontais mais afinados e compridos, orelhas pontudas, andar lento e olhar calculista. Uma típica criatura noturna e horripilante.


O nome do filme faz justiça, Nosferatu é uma palavra moderna derivada da palavra em eslavo antigo Nosufur-atu, extraída do grego Nosophoros, Portador de Pragas." - J. Gordon Melton.


(fontes: Wikipedia, telacritica,boca do inferno)

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