quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Beleza Roubada

Beleza Roubada: Para assistir sem pressa

“O amor não existe, somente as provas de amor”


SinopseApós o suicídio de sua mãe uma jovem de 19 anos (Liv Tyler) viaja para a Itália, com o propósito aparente de reencotrar alguns amigos e ter seu retrato pintado, mas planeja rever especialmente um jovem com quem ela dera seu primeiro beijo, quatro anos antes. Simultaneamente pretende decifrar um enigma que foi encontrado no diário da sua mãe, mas gradativamente sua presença exuberante transforma a vida dos seus amigos.



Dados Técnicos

Origem: EUA, Itália
Gênero: Romance
Tempo de Duração: 114 minutos
Ano de Lançamento: 1996
Direção: Bernardo Bertolucci

Elenco
Liv Tyler, Carlo Cecchi, Sinéad Cusack, Joseph Fiennes, Jason Flemyng, Anna-Maria Gherardi, Jeremy Irons, Ignazio Oliva, Rachel Weisz ...

Cuidado: Spoilers

Esses dias revi um filme que marcou muito minha adolescência. Pois ficou guardado em mim a imagem da Liv escrevendo poesias em pequenos papéis e depois queimando-os. E aquela cena maluca dela cantando alto e pulando com o fone no ouvido... Exteriorizando a felicidade que tomou conta de seu corpo após ela ter reencontrado seu amor de adolescente. Muito comum, acho que todas as meninas se identificariam com esta cena.
Estou falando de Beleza Roubada, de Bernardo Bertolucci.

Admito que não foi de primeiro que captei a essência dessa belíssima obra, até porque não se trata de um filme na qual se absorve toda sua essência de primeiro... Exige tempo e talvez maturidade.

Numa passada lenta e com cor intensa, aos poucos as cortinas se abrem e vamos penetrando numa estória envolvente de amor, desamparo e busca, mas muito diferente dos dramas retratados em Hollywood. - Beleza Roubada é poético, simples e surpreendente.
Não é o melhor filme que já vi, com certeza, mas sua temática ajuda a quebrar muitos protocolos.
Principalmente porque todos os temas são muito bem temperado com ingredientes fortes tais como sexo, nudez , drogas e diálogos quebrados. Falas em inglês e italiano.
E é neste conjunto que surge Lucy (Liv Tyler), uma menina de 19 anos que tem guardado consigo um enigma: Descobrir quem é seu verdadeiro pai.
Para isso ela precisa voltar a Itália seguindo uma pista deixada no diário de sua falecida mãe.


Acontece que a presença de Lucy causa uma reviravolta entre os moradores da pacata cidade e muitas verdades vem a tona. A mistura de personagens torna a estória intrigante, porque também recai sobre nós (expectadores) a tarefa de ajudá-la a descobrir quem é seu pai. E a descoberta se dá de forma emocionante. Como os muitos outros enigmas do filme.

Jeremy Irons ele estava triunfante (como sempre). Ele interpreta Alex, um escritor a beira da morte que desenvolve por Lucy um sentimento fraterno e que as vezes beira a um paixão platônica e instanânea. Seu personagem esguiu, solitário e intelectual lembrou fortemente Caio Fernado Abreu (escritor que admiro efusivamente e ainda falarei dele por aqui).

Outros ponto positivos são as belas paisagens de Toscana, que o filme aproveita muito bem, e a deliciosa trilha sonora.
E quando estamos todos envolvidos em saber quem é o pai de Lucy, eis que a estória se volta para outro ponto: Sabemos então, que existe um outro próposito em ela querer visitar os amigos na Italia: - Reencontrar Nicolo; o rapaz com quem deu seu primeiro beijo quatro anos antes. E é para Nicolo que ela guardou sua virgindade.


Porém, o que ela não espera é que Nicolo tenha mudado tanto, ou era ela quem tinha criado falsas expectativas. Durante os quatro anos que seguiram, eles trocaram cartas, com textos de auto teor literário na qual uma delas Lucy decorou de tanto ler e reler. Mas ao reencontrá-lo, não encontra nele o mesmo autor de tais cartas. E é aí que inicia um dos pontos surpreendentes do filme: Fica explícito que Lucy amava na verdade as cartas e não Nicolo. Pudera, não era ele quem as escrevia e sim seu amigo Oswaldo para quem ela finalmente entrega sua virgindade numa cena digna das grandes estrelas de Hollywood.
E é com esta cena que entendemos porque ela faz bom uso do sobrenome Tyler.
(fontes: Interfilmes)

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