sexta-feira, 26 de junho de 2009

The Joshua Tree - O Clássico que mudou minha vida

Clássicos que nunca saem de Moda


A última vez que estive no RJ não perdi tempo, entrei na Americanas e comprei um CD que há tempos desejava ter. Sim, é verdade, mesmo nessa época de download ainda existem trabalhos de alguns artistas que eu gosto de ter em casa.
E hoje, toda vez que olho para a estante e vejo o maravilhoso The Joshua Tree de 1987 do U2 sinto o quanto isso me é gratificante.
- Sim, eu sei que o disco não é da minha época. Também sei que enquanto o U2 excursionava pela américa mostrando ao mundo seu sonho de ser americano eu ainda olhava o Show da Xuxa pelas manhãs e bebia café com leite num longo caneco de plástico amarelo dado pela minha avó. Bons tempos... Ou nem tanto.

Mas o que todos concordam é que quando um clássico muda a sua vida, deve sempre ser lembrado. E The Joshua Tree é, para mim, um dos poucos discos que vale a pena ouvi-lo por completo. São 11 faixas extraordinariamente boas, muitas delas viraram clássicos da banda e são tocadas até hoje em seus shows mundo a fora.




Considero este disco como sendo um livro cheio de histórias e códigos. Começando pelo nome que faz referência a uma árvore típica do deserto de Mojave nos EUA. Cuja foto ilustra a contra capa do cd.

A referência não é descabida, pois a imagem daquela árvore solitária conota muito dos temas presentes nas canções deste álbum: Sentimentos de perda, sensações desconhecidas, liberdade... Parece que as canções se misturam e se completam num legítimo mosaico de acontecimentos e fatos, alguns bastante intrigantes eu diria.

Começa com a profunda Where Streets have No Name, com uma introdução que dura exatamente 1'46" cuja letra é repleta de frases em primeira pessoa.
Depois vem a sarcástica I Still Haven't Found What I am Looking For cujo nome combina muito bem com o momento que a banda se encontrava. A seguir temos a romântica e inesquecível With or Without... Sim, inequecível, porque você pode nem saber quem é U2, mas esta canção certamente você conhece.





A faixa seguinte é Bullet the Blue Sky. Forte, venenosa, saliente. O vocal marcante mostra um Bono de 27 anos em sua melhor fase. O instrumental da canção também colabora e muito. Anos mais tarde esta canção ganhou uma versão na voz cavernosa de Derrick Green, vocalista do Sepultura e um clipe bem estilo Hotel de um Milhão de Dólares.

A quinta faixa é Running to Stand Still. Parece que começa ao fundo do ouvido e vem surgindo aos poucos como se nos despertasse de um sono profundo. Tal qual sugere o nome, a musica fala abertamente sobre drogas e da busca incansável pela cura para seu uso indevido.

Seguindo temos três canções mais embaladas, uma mistura de country/Blues com bons instrumentais, com direito a gaita de boca tocada pelo próprio Bono. São as faixas mais energizantes do CD com letras extremamente poéticas.

A faixa 09, One Tree Hill retoma as caracteríticas iniciais do disco, como se tentasse fechar um ciclo. Foi dedicada ao amigo Greg Carroll que perdeu a vida num acidente de carro em 1986. A letra é linda, apesar de triste como se esperaria que fosse. Diz a letra:


Eu a verei novamente quando as estrelas caírem do céu e a lua tiver ficado
vermelha sobre a Árvore da Colina.

Antes de fecharmos o disco passamos por Exit, faixa forte com ótimo vocal e por fim a melancólica Mothers of the Disappeared. Música composta em homenagem as mães da Praça de Maio (Argentina) que tiveram seus filhos desaparecidos durante a ditadura. Esta faixa, com longa introdução e encerramento, dá ao álbum o acabamento merecido.

Bem, depois disso, o que posso dizer: Ouçam e se deliciem.

sábado, 20 de junho de 2009

Nós na Terra do Vitor

Quatro horas depois de nossa partida chegamos a Pelotas, ou simplesmente Satolep como diz Vitor Ramil em sua mais famosa composição.

Pelotas é uma cidade mediana, conta com 350 mil habitantes. Berço de artistas como Glória Menezes, Kleiton & Kledir, Vitor Ramil. Além de ter servido de cenário para mini-série Global.
Chegamos em torno das 9h de uma manhã de sábado e fomos recebidos por uma quieta Pelotas toda pintada em tons de cinza e escondida por uma forte neblina que se estendeu até perto do meio dia. O vento que soprava estava frio e causava arrepios. Característica típica de uma cidade litorânea na véspera do inicio do inverno gaúcho.

Primeira parada: Museu da Baronesa

História:
Doado pela família Antunes Maciel a Pelotas em 1978, através de um convênio firmado com a prefeitura, o prédio passou por quatro anos de reformas, que foram orientadas pelo artista plástico e restaurador pelotense Adail Bento Costa. O museu foi então inaugurado em 25 de abril de 1982, possuindo em seu acervo peças das coleções da família Antunes Maciel,de Adail Bento Costa, doações diversas da comunidade e uma coleção da Sra. Antonia Sampaio. Estas peças representam um pouco dos costumes, da maneira de viver, das famílias abastadas do século XIX. Tombado pelo patrimônio histórico do município em 04 de julho de 1985. No parque, que hoje possui área de 7 hectares há um sobrado no estilo bangalô americano construído em 1935; uma casa de banho onde as mulheres da família se refrescavam durante o verão; uma gruta com pedras de quartzo incrustadas, um pequeno castelo; um jardim francês; um chafariz e extensa área verde. (informações tiradas daqui)
O museu conta com móveis vindo de Paris no final do século 19, louças, porcelanas pintadas, telas, artigos de vestuário de diversas épocas.
Dentre as peças, algumas bastante curiosas, como a tal: Namoradeira.


Neste móvel existem três lugares. Dois eram ocupados pelo casal de namorados e o outro por uma outra pessoa, cuja função era fiscalizar os assuntos e as atitudes dos apaixonados. Engraçado. Acredito que este terceiro deveria ser o irmão mais velho e ciumento ou um escravo muito fiel.



Pelotas esbanja história, cultura. Parece que tudo por lá tem uma explicação histórica. Principalmente se essas explicações forem a cerca da extinta cultura e economia do charque.


Depois do museu foi a vez de dar uma passadinha na Praia do Laranjal, balneário banhado pela Lagoa dos Patos . A praia tem a característica de ter sua água ora doce, ora salgada devido a extensão da lagoa e o encontro com a água do mar.



Era junho, então a praia estava deserta. Mas sabemos que no verão o lugar costuma ser bastante visitado.

Existe um outro bom motivo para se visitar a Princesa do Sul, como é conhecida a cidade, que é entre os primeiro 20 dias de junho, pois nesta época acontece a Fenadoce. Sim, imaginem o que quiser porque tem doces para todos os bolsos e gostos. Além dos standes de exibição das delícias, existem outras atrações culturais espalhadas por todo o centro de eventos. Que confesso, é grande o suficiente para ter conseguido me deixar com as pernas bambas de tanto andar.

Enfim, não sou guia turística, nem nasci em Pelotas... Este relato traz apenas minhas impressões sobre uma cidade que teve efusiva participação na construção da história do Rio Grade do Sul e do Brasil.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Os Curie's

Os Curie's e suas mentes brilhantes

Marie Skłodowska e, mais tarde Madame Curie foi, sem sombra de dúvidas, o maior nome feminino da ciência. Sua capacidade intelectual sobresaiu-se, destacando-a como cientista numa época em que as universidades eram de domínio masculino.
Foi a primeira mulher a receber um prêmio Nobel e a única agraciada pela aquisição de dois Nobéis, ambos em áreas científicas.


Filha de um físico e de uma diretora de escola. Marie nasceu em Varsóvia (Polônia) , ainda na juventude mudou-se para Paris, onde quatro anos depois casou-se com o físico Pierre Curie (que lhe deu o nome pela qual é mais conhecida – Madame Curie). Marie e Pierre eram agnósticos e por isso optaram por casaram-se apenas numa cerimônia civil, sem uso de trajes nubentes e alianças. Dizem que ao invés disso, preferiram bicicletas para passear.


Foi junto do marido que Marie desenvolveu maior parte de suas experiências científicas no campo da radioatividade o que lhes rendeu, em 1903, o primeiro Nobel devido a pesquisas sobre o fenômeno da radioatividade espontânea. Premio tal que foi dividido com Henri Becquerel por suas também contribuições neste campo. Um equívoco eu diria, mas não foi assim que se sucedeu.
Oito anos depois (1911) Marie Curie, recebeu o prêmio Nobel em Química, pelo descobrimento dos elementos rádio e polônio.

Curiosidade: O nome rádio se deu devido a radiação e o segundo, polônio, em homenagem ao seu país de origem, a Polônia.
Em 1906, aos 47 anos, Piere Curie morre em decorrência de um acidente. Teve sua cabeça esmagada enquanto atravessava uma rua num dia de forte tempestade. Dizem as más linguas que o excesso de exposição a radiação teria causado transtornos mentais a Pierre.
Com a morte de Pierre, Marie o suscedeu na cadeira de Física Geral, na Sorbonne. Sendo assim, a primeira mulher membro de uma universidade.
Dizem também que, após a morte do marido Marie Curie teve um romance amoroso com o físico Paul Langevin, que era casado, resultando num escândalo jornalístico, que se misturou a referências xenófobas devido à sua ascendência polaca.
Pois é, físicos também amam. (risos).

Quinto Congresso Solvay (1927). Uma das fotografias mais importantes da história da ciência. Madame Curie entre os maiores nomes da física, como Albert Einstein.

Marie Curie faleceu em 1934, aos 67 anos, em decorrência de uma leucemia, provocada certamente por sua exposição excessiva a radiação, já que as conseqüências eram desconhecidas até então. Era normal ela dormir no mesmo ambiente em que estavam expostos elementos radioativos, para que não "perdesse" nenhum acontecimento acerca do material experimental em observação.

Em abril 1995, Marie e os restos de Pierre passaram a fazer parte do tesouro de Pantheon em Paris, França.

Da união Curie nasceram duas filhas: Irène Joliot-Curie e Ève Curie.

Madame Curie e as filhas (as 3 da direita)

Irène também dedicou-se a ciência.

Casou-se com Frèdèric Joliot, um físico francês e juntos recebram, em 1935 (um ano após a morte de sua mãe Marie), o Nobel em química devido aos seus trabalhos no campo da física nuclear e pela descoberta do nêutron.
Irène faleceu em 1956 aos 59 anos de idade.






Ève Curie, foi a única de sua familia a não receber o Nobel. Mas isso não a diminui, foi uma proeminente escritora, cuja biografia de sua mãe, teve adaptaçãos cinematográfica em 1943. Ève faleceu em outubro de 2007 aos 102 anos de vida.
Talvez o segredo da vitalidade de Ève se dê ao fato dela não ter dedicado sua vida a ciência, ao contrário dos pais e da irmã que tinham contato direto com elementos altamente radiativos.

Referência ao Curie
O Curie (Ci) é uma unidade de radioatividade correspondente a 3.7 x 1010 desintegrações por segundo. O nome da unidade foi originalmente atribuído, em homenagem a Pierre Curie.

A temperatura Curie (ponto Curie) é uma constante para cada material, sendo que acima deste valor há perda das propriedades ferromagnéticas da amostra. Este fenômeno é reversível, sendo que há recuperação dessas propriedades com o resfriamento do material. *

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