Entre os Muros da Prisão (Hauts Murs, Les)
Origem: França
Gênero: Drama
Ano: 2008
Direção: Christian Faure
Tenho muito apreço por filmes franceses porque em geral, são filmes que trabalham muito bem a estória que sustenta o enredo, sempre evidenciando o lado pessoal e sentimental dos personagens. O ritmo lento do desenrolar das falas, atitudes, que para muitos é irritante, para mim é convidativo. É o tipo de filme que as ações substituem aquela infinidade de falas, o que, pessoalmente falando, acho bem chato.
No belo filme de Christian Faure, mergulhamos num orfanato masculino para onde eram destinados os meninos órfãos de guerra. Entre os internos está Yves Treguier, órfão de 14 anos que já havia passado por vários internatos de onde sempre tentou fugir. Seu sonho era chegar ao porto e tomar um navio com destino a América, especificamente, Nova Iorque.
Os cenários do loga, bem destacados em tons de cinza expressam muito bem o sentimento de fuga que aqueles meninos sentiam, pois estavam "presos" e esquecidos pelo resto do mundo num local que pouco parecia com um orfanato e sim com uma prisão, um campo de concentração. Onde educação e instrução, que deveriam ser prioridade, eram deixadas de lado em troca de opressão e castigos cruéis.
Os muros altos do orfanato impedia que a paisagem de fora assim como as informações chegassem aos internos. Da mesma forma que quem estava de fora pouco sabia do que ocorria lá dentro. A lei da sobrevivência e proteção era aprendida dentro do instituto por cada um deles, muitas vezes de forma bruta e desumana.
Claro que o filme esbarra nos velhos clichês como o badboy e líder da turminha do mal. O garoto franzino e tímido. O riquinho que não conseguia se adaptar. O protetor que enfrentava o malvadão e etc. Mesmo assim, não é algo que desmereça o valor final da obra.
Apesar da realidade que viviam, eles tinham sonhos, porém alguns desistiram pelo caminho, outros optaram pelo caminho mais fácil. Enquanto Yves trazia consigo o desejo de alcançar a América e este desejo estava traçado num mapa onde ele fazia sua viagem imaginária.
É válido assistir e pensar no valor que damos aos sonhos e o quanto lutamos por eles. As vezes uma dificuldade nos faz desistir, enquanto que para outras pessoas como foi para Yves, as fortalecem.
*Yves Treguier é o nome do escritor August Le Breton que escreveu um livro contando as experiências que vivenciou no orfanato. O roteiro do filme foi baseado neste livro.
*Yves Treguier é o nome do escritor August Le Breton que escreveu um livro contando as experiências que vivenciou no orfanato. O roteiro do filme foi baseado neste livro.
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